MATÉRIAS

Hipotireoidismo

Dr. André Luiz Maynart®, Endocrinologia, Brasil

18 Dezembro 2017

Na visão da medicina preventiva.

Basta você estudar uma glândula complexa como a tireoide, para ver que seu profundo entendimento depende de fatores que extrapolam um simples diagnóstico baseado apenas em exames laboratoriais.

Para entenderem melhor, vou explicar de forma simplória o funcionamento da tireoide. Vamos lá?

Bom, a importância desta glândula está na produção de hormônios que, nesta analogia musical, regem o nosso metabolismo. Dando nome aos artistas, os hormônios Tri-iodoturinina (T3) e a Tiroxina (T4) têm sua produção controlada pelo TSH (hormônio estimulador da tireoide) que, por sua vez, é produzido pela hipófise (localizada no cérebro). Veem agora a sintonia?

A nossa tireoide produz mais T4 (80%) do que T3 (20%). A grande questão é que o T4 não é um hormônio ativo e precisa ser convertido em T3 e aí sim atuar nas células-alvo. E para que esta conversão seja feita de maneira adequada, nosso organismo precisa estar com níveis adequados de alguns micronutrientes, sendo os principais o selênio e o zinco.

Basicamente, em parâmetros laboratoriais, quando a tireoide está “lenta”, o TSH se eleva. Caso o equilíbrio da produção de T3 e T4 esteja dentro dos valores “normais”, então, teoricamente, não teria um diagnóstico de hipotireoidismo.

No entanto, a deficiência de alguns micronutrientes, como falado anteriormente, combinada com alguns fatores, pode caracterizar um diagnóstico de hipotireoidismo subclínico. Sim, mesmo com exames “normais”, você pode estar sofrendo com os mesmos sintomas da patologia, tais como: cansaço e tristeza pela manhã, falta de atenção, perda de memória, intolerância ao frio, dificuldade de perder peso, entre outros.

Além do rebalanço hormonal necessário, é preciso combiná-lo com outras medidas, como evitar bebidas alcóolicas, vinagre e café, evitar derivados do leite, diminuir a ingestão de alimentos industrializados, ter cautela com atividades físicas muito intensas e dormir bem.

Vale lembrar que, em todos os casos, principalmente os patológicos, a dieta precisa ser prescrita considerando a demanda metabólica de cada paciente. Para se ter uma ideia, uma dieta muito restrita em calorias pode agravar este quadro, diminuindo nosso metabolismo basal e fazendo com que nosso organismo entre em “estado de sobrevivência”, economizando energia e acumulando mais gordura. Portanto, comer menos nem sempre é a resposta. Procure sempre um especialista para avaliar seu caso.

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