MATÉRIAS

Colesterol

Dr. André Luiz Maynart®, Endocrinologia, Brasil

26 Março 2018

É mesmo um vilão?

É fato: sensacionalismo tem um poder de convencimento superior a uma mensagem mais próxima da imparcialidade. E isso se torna mais grave quando o tema é saúde. O colesterol é um bom exemplo de como uma informação passada de forma menos criteriosa pode ofuscar a realidade.

Está na boca do povo: colesterol alto é um risco para a saúde cardiovascular. Mas antes de condená-lo, é preciso entender que essa substância tem uma importância vital para a saúde do nosso organismo. O colesterol está presente em todas as células do corpo e tem um papel fundamental na produção dos hormônios sexuais, ajuda na produção de bílis no fígado e, ainda, na produção da vitamina D.

Então, por que a tal fama de vilão?

Sabemos que existem dois tipos, o LDL, considerado o “colesterol ruim”, já que em excesso enrijece as artérias, fixando-se nas suas paredes, de modo a aumentar a chance de doenças cardíacas graves. Por outro lado, o HDL, chamado de “colesterol bom”, “limpa” o HDL das artérias e trata de levá-lo de volta ao fígado, onde ele é quebrado e eliminado do corpo.

Comumente, quando um paciente apresenta LDL superior a 100mg/dL e HDL inferior a 60mg/dL, a medicina tradicional apoia o uso de estatinas. Estudos já demonstraram alguns efeitos colaterais dessa substância, embora alguns defendam a administração da droga.

Como praticante de uma medicina mais preventiva, acredito (e tem embasamento científico para tal) que existem maneiras mais naturais e seguras de melhorar este perfil lipídico. O exercício aeróbico, por exemplo, é conhecido por elevar os níveis de HDL, que conforme explicado acima, varre o “colesterol ruim” das artérias, preservando a saúde do coração.

Vale ressaltar que, independente do exercício ou abordagem, a mudança precisa implicar uma dieta prescrita e apropriada para cada paciente, de modo a alterar e otimizar este quadro.

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