MATÉRIAS
Hipogonadismo funcional
Dr. André Luiz Maynart®, Endocrinologia, Brasil
02 Abril 2018
Causas e consequências
Se você me acompanha nas redes sociais, possivelmente viu o vídeo da consulta do projeto “Shape Favorável” com o Mc Bin Laden. Se ainda não viu o vídeo, clique aqui para ver.
Na ocasião, faço uma análise clínica da composição corporal do Mc e seu possível perfil hormonal. O músico, que apesar de ter perdido muitos quilos recentemente, apresenta um físico com características ginecoides (femininas). Mas o que isso tem a ver com a testosterona? Tudo! Vamos entender melhor?
O hipogonadismo funcional é caracterizado pelos baixos níveis de testosterona livre e total, bem como em uma conversão maior em hormônio feminino – o estradiol. Basicamente, quanto mais gordura, mais o seu corpo degradará testosterona em estradiol, que, por sua vez, favorecerá a inibição do eixo na produção de testosterona. Em outras palavras, quanto mais acima do peso o paciente estiver, maior será a degradação do hormônio sexual masculino, dificultando ainda mais o emagrecimento. Um ciclo tão vicioso quanto perigoso.
Assim como foi falado no vídeo, para firmar um diagnóstico, é preciso fazer uma análise de exames laboratoriais. Por outro lado, assim como foi o caso do Mc, é possível visualizar, ainda que clinicamente, algumas características que conotam um possível hipogonadismo funcional. Conheça algumas delas:
Deposição de gordura em região feminina: aumento de gordura no quadril (lipomatia) e no abdomên inferior;
Ginecomastia (aumento das mamas);
Pouca massa muscular concentrada em braços e pernas.
Se esteticamente falando, essa patologia já é um grande desconforto para os homens, em termos de envelhecimento, ela é ainda pior. Níveis baixos de testosterona trazem desde riscos cardíacos e falta de libido até depressão.
Apesar das causas serem multifatoriais, sabe-se que a obesidade tem grande influência nesse processo. Dessa forma, o emagrecimento saudável é pautado não apenas em uma dieta adequada, mas também em bons níveis hormonais.
Procure um especialista que possa avaliar o seu caso.
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