MATÉRIAS

Exames laboratoriais

Dr. André Luiz Maynart®, Endocrinologia, Brasil

29 Maio 2018

A importância da interpretação

Tão importante quanto fazer aquele check-up anual, a interpretação dos resultados de exames laboratoriais é determinante na prescrição de um protocolo para o paciente. “Como assim, doutor?”. Desculpe-me pela redundância, mas vamos começar do começo?

Bom, você já deve ter notado que em um hemograma (exame de sangue), por exemplo, a dosagem de cada substância, hormônio e afins vêm com valores de referência (mínimo e máximo). Mas a questão é: se temos esses valores à nossa disposição, por que a interpretação de um especialista é tão importante? As questões aqui são muitas e certamente controversas. Depende de cada médico e de cada linha de pensamento.

A verdade é que existem muitas condições patológicas e/ou metabólicas que podem ser diagnosticadas e tratadas antes de chegarem a valores estatisticamente anormais. O pensamento é simples: saúde não é ausência de doença, ao passo que para se manter saudável é preciso antecipar o surgimento de enfermidades.

Para que você possa visualizar melhor o raciocínio, vou exemplificar. Para um homem adulto, por exemplo, o valor de referência de testosterona total é de 300 a 900 ng/dL. Em alguns países, o nível mínimo é de 400 ng/dL. Dessa forma, o paciente que estiver dentro desses números, teoricamente está “normal”. Por outro lado, a visão, bem como a análise clínica, são o que de fato vão dizer se o paciente precisa ou não de estratégias para aumentar os níveis. Isso porque é muito comum indivíduos aparentemente saudáveis já apresentarem sintomas clínicos que sinalizam a necessidade de um tratamento.

Comumente avaliados para balizar o funcionamento da tireoide, os hormônios tireoidianos (T3, T4 e TSH) não são os únicos responsáveis por regular a função tireoidiana. Se sua reação foi “hã?”, saiba que a deficiência de minerais como zinco e selênio também pode prejudicar essa função.

Resumindo: é imprescindível fazer um check-up completo uma vez ao ano, mas os tipos de exames e avaliação dos resultados são fatores cruciais na hora de diagnosticar e seguir o protocolo mais adequado.

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